Qualificações dos profissionais Ex

Uma questão que surge frequentemente nos debates sobre as tendências  e oportunidades do País é a falta de qualificação de nossa mão de obra. No âmbito das atmosferas explosivas não é diferente: o elevado número de não conformidades nas instalações elétricas das indústrias que processam produtos inflamáveis é tão grande que na prática não está sendo possível efetuar o seguro destas empresas, salvo algumas exceções cujas apólices assumem valores consideráveis.

Dentro deste tema de qualificação de mão de obra a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da Repúlblica começa a discutir um incentivo a imigrantes com qualificação profissional que venham trabalhar no Brasil.

O argumento é que  ”o Brasil precisa de mão de obra qualificada para avançar ”.  Segundo o ministro Moreira Franco, da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, é preciso criar um ambiente de inovação e, para isso,  se faz necessário mão de obra qualificada.

Dados dessa secretaria mostram que, atualmente, apenas 0,3% da população brasileira é formada por imigrantes. Na Austrália esse número é 20%. o Canadá tem 16% da força de trabalho composta por  imigrantes: já o Brasil tem 0,4%  de sua população economicamente ativa formada por imigrantes. Será que estes números dizem que para ser desenvolvido um país  temq ue ter imigrantes em larga escala, ou pelo contrário, que países desenvolvidos atraem imigrantes?

Segundo o ministro, ” nós precisamos resolver isso, num momento em que o país tem efetivamente de dar um salto de qualidade e porque os seus parceiros globais vivem dificuldades. Nós temos no mundo hoje jovens altamente qualificados, sobre tudo na Europa, que estão desempregados ”. Esta conclusão talvez mereça uma reflexão, pois sob o ponto de vista mercadológico, é de se esperar que em momentos os mais qualificados. Seriam estes os ” qualificados ” que teriam facilidades de trabalho no Brasil ?

Ainda de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, o número de autorizações de trabalho concedidas pelo governo a pessoas vindas de fora cresceu quase 26% em 2011, com cerca de 70 mil novos vistos, sendo que mais da metade das autorizações temporárias concedidas em 2011 foram para profissionais com nível superior completo.

Em princípio nos parece que a simples facilitação de entrada de estrangeiros vai apenas  ” apagar um incêndio ”, colocar uma  ” meia-sola ” nos interesses imediatos  do micro universo de um grupo de empresários, mas será insuficiente como política para alavancar o desenvolvimento do País.

Assim como o governo recentemente aprovou a instituição de cotas para ingresso de alunos da rede pública nas universidades federais, é de extrema importância que sejam estudadas formas e condições para o estabelecimento do ingresso de estrangeiros em nosso mercado de  trabalho, visando a preservação de nossos profissionais. O limite não deve ser apenas númerico, mas estar vinculado aos projetos prioritários e que tenham compromisso com a formação e transferência e know-how conforme nossa necessidades.

Dentro deste contexto, poderiam ser estabelecidos programas de treinamento e atualização tecnológica para nossos profissionais, onde as empresas desfrutariam de vantagens fiscais para cada treinamento que matriculassem seus empregados brasileiros.

A baixa qualificação da nossa mão de obra passa pelo baixo interesse das empresas em treinar seus funcionários, que raramente são liberados para fazer um treinamento. Um plano abrangente de capacitação, que aproveitasse a experiência  de profissionais estrangeiros com atribuições reconhecidas pelo Confea, poderia resolver duas demandas  ao mesmo tempo.

Vamos aguardar para ver o que será decidido. Mas nunca é demais ressaltar que nas áreas classificadas o risco é de explosão, que pode decretar o fim da empresa e até o colapso da economia do município, logo, não há o que esperar.

Portanto, se na sua empresa não houve treinamento EX nos últimos dos anos, está na hora de promover a atualização tecnológica dos seus profissionais.

A atualização trará maior produtividade e diminuirá os custos, em  especial pela diminuição dos retrabalhos e desperdícios de materiais. E ainda por cima, o seguro de sua empresa poderá ser feito em condições mais vantajosas.

Por Estelito Rangel Junior