Vai de formatar

Os leitores já devem ter experimentado  um problema com o computador justamente no dia que estavam para concluir um trabalho. É uma situação estressante, e para piorar, o backup estava programado justamente paras er feito no dia   seguinte: assim que o trabalho fosse finalizado.

Pedindo informações aqui e ali, surge a indicação de um técnico  ” muito bom”, que poderá atender em poucos minutos.

Ele chega, liga o computador, pergunta o que houve e ao receber informação de que o micro reinicia intepestivamente após algum tempo de uso, dá o veredito: ” Vai ter de formatar”.

Por quê? Pergunta o deseperado cliente, ”Por que assim nós vamos fazer uma limpeza e o HD, sem os resíduos de progamas velhos, vai permitir que o micro rode suavemente os programas ”.

” Então que ele vem sendo desligado sem mais nem menos por que um progama velho anda fazendo das suas? ”, pergunta o pálido cliente. ” Muito bem, vamos fazer a formatação, mas e os programas que tenho instalado, as licenças, as senhas e a configuração que lutei tanto para colocar do meu jeito?”

O técnico responde que se os programas estiverem à mão, ele até poderá instalá-los, mas que o melhor é o cliente ir instalando aos poucos”.

Algumas horas depois, o computador volta a vida, aparentemente funcionando bem. O técnico foi pago, e com cópia do arquivo que estava em um pendrive, o serviço foi finalizado e entregue no dia seguinte ao cliente, conforme planejado. Porém, um dia depois, sem ” resíduos de programas velhos ”, ele volta a reiniciar do nada.

Esta é a hora mais triste: ter a ciência de que o profissional que fez o atendimento não era qualificado para diagnosticar o problema corretamente e que todo o prejuízo causado pela perda de todas as configurações foi em vão, pois não eliminou a real causa do problema, que voltou a ocorrer.

Nas áreas classificadas

Ao atender uma industria química de tintas e vernizes que solicitou uma verificação de suas instalações em áreas classificadas , fui informado pelo cliente que um técnico já havia emitido um parecer de que a instalação deveria ser     ”toda refeita”, por que os equipamentos eram ” velhos” e já não inspiravam confiança”. Tal parecer colocou o cliente em desepero, pois o custo era bem alto.

Em uma inspeção visual, preliminar, verificamos que os equipamentos não possuíam não-conformidade graves, e que as cópias de sus certificados poderiam ser resgatadas.

Explicamos ao cliente que equipamentos não devem ser trocados por que estão ”velhos”, ou porque ”não inspiram confiança”, mas sim se houver razões técnicas ou econômicas que justifiquem a troca.

Na verdade, a troca pura e simples tem base na ”lei do menor esforço”, pois dispensa uma análise criteriosa de engenharia, que verifique as deficiências caso a caso.

Portanto, se alguém propuser a ” formatação” de sua instalação Ex só por estes motivos, desconfie da qualificação do profissional. O mesmo vale para quem vier a resolver problemas em seu computador.

Por Estelito Rangel Junior, Engenheiro Eletricista e primeiro representente brasileiro no Technical Committee 31 da IEC